segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Newspaper Weekly TV - Estudante, Bicho Cabeça. - Trabalho Acâdemico do Surrealismo

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL - UNICSUL
CAMPUS LIBERDADE– SP
PUBLICIDADE E PROPAGANDA E JORNALISMO


Cleber Fernandes
Davi Pereira Lima
Edinei Sena
Evelyn Gonçalves Araújo
Everton Nascimento Pereira da Silva
Graziele Nunes Zanette
Jessica Amorim de Araújo Silva
Letícia Neres
Michelle Brilhante Alves
Simone Virtuosa Pedrosa
Talita Ribeiro Meira


SURREALISMO






São Paulo – SP
Junho - 2015
SUMÁRIO


1Introdução............................................................................................................................
2 História do movimento surrealista .................................................................................... 
   2.1 O surrealismo no Brasil ...............................................................................................
3 Características do surrealismo ..........................................................................................
4 Surrealismo nas diversas áreas..........................................................................................
   4.1 Artes Plásticas ............................................................................................................... 
   4.2 Literatura ......................................................................................................................
   4.3 Cinema ........................................................................................................................... 
   4.4 Teatro .............................................................................................................................
5 Principais nomes e obras do surrealismo ..........................................................................
   5.1 Salvador Dali ................................................................................................................
5.2 Joan Miró .....................................................................................................................
5.3 Max Ernst .....................................................................................................................
5.4 René Magritte ...............................................................................................................
6 Conclusão ............................................................................................................................ 157 Bibliografia .........................................................................................................................











1INTRODUÇÃO

O Surrealismo é um movimento artístico e literário surgido no início da década de XX em Paris, cujo principal foco é expressar a ausência da realidade humana e as manifestações do subconsciente.
Este movimento teve grande impacto mundial incluindo no Brasil, uma vez que artistas brasileiros utilizavam-se de tendências surrealistas em diversos campos da arte através de elementos do Movimento Modernista.
Trabalharemos nesta avaliação com todo o processo do surrealismo dentro e fora do Brasil, buscando seus principais artistas, obras e características.



















2HISTÓRIA DO MOVIMENTO SURREALISTA

O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados ao dadaísmo ganhando dimensão mundial. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud (1856-1939), que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano. O surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento.
O marco de início do surrealismo foi a publicação do Manifesto Surrealista, feito pelo poeta e psiquiatra francês André Breton, em 1924. Neste manifesto, foram declarados os principais princípios do movimento surrealista: ausência da lógica, adoção de uma realidade "maravilhosa" (superior), exaltação da liberdade de criação, entre outros.
No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contralógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo esta nova ordem, as ideias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.
Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes da imaginação, castrados pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e superar a contradição entre objetividade e subjetividade, tentando consagrar uma poética da alucinação, de ampliação da consciência. Breton declara no Primeiro Manifesto sua crença na possibilidade de reduzir dois estados aparentemente tão contraditórios, sonho e realidade, “a uma espécie de realidade absoluta, de sobre-realidade [surrealité]”.

Os surrealistas deslizam pelas águas mágicas da irrealidade, desprezando a realidade concreta e mergulhando na esfera da absoluta liberdade de expressão, movida pela energia que emana da psique. Eles almejam alcançar justamente o espaço no qual o Homem se libera de toda a repressão exercida pela Razão, escapando assim do controle constante do Ego.
Os adeptos do Surrealismo se valem dos mesmos instrumentos que a Psicanálise, o método da livre associação e a investigação profunda dos impulsos oníricos, embora se esforcem para adaptar este manancial de recursos aos seus próprios fins. Desta forma eles objetivavam

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retratar o espaço descoberto por Freud no interior da mente humana, o inconsciente, através da abstração ou de imagens simbólicas.
Grande parte da estética surrealista apoia-se na concepção de imagem poética de Pierre Reverdy, segundo a qual a imagem nasce não da comparação, mas da aproximação entre duas realidades afastadas. E quanto mais distantes forem as realidades aproximadas, mais forte será a imagem poética. Reverdy distancia mais ainda o mundo captado pelos sentidos e o mundo criado pela poesia. Além disso, a linguagem surrealista faz grande uso de descontextualizações, esvazia-se um significante de seu significado para atingir novos e inusitados significados. Herança de Arthur Rimbaud, procuram o desregramento também das relações de significação para a emersão de uma nova linguagem. Há uma busca da expressão por meio de uma linguagem não-instrumental e uma associação de liberdade à ruptura do discursiva.
Este movimento artístico surge todas as vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico; o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases.
Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.

Trajetória:
Em 1929, os surrealistas publicam um segundo manifesto e editam a revista A Revolução Surrealista. Entre os artistas ligados ao grupo em épocas variadas estão os escritores franceses, Antonin Artaud (1896-1948), também dramaturgo, Paul Éluard (1895-1952), Louis Aragon (1897-1982), Jacques Prévert (1900-1977) e Benjamin Péret (1899-1959,) que viveu no Brasil. Entre os escultores encontram-se os italianos Alberto Giacometti (1901-1960), o pintor italiano Vito Campanella (1932), assim como os pintores espanhóis Salvador Dali (1904-1989), Juan Miró (1893-1983) e Pablo Picasso, o pintor belga René Magritte (1898-1967), o pintor alemão Max Ernst (1891-1976) e o cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-1983).
Nos anos 30, o movimento internacionaliza-se e influencia muitas outras tendências, conquistando adeptos em países da Europa e nas Américas, tendo Breton assinado um manifesto com Leon Trotski na tentativa de criar um movimento internacional que lutava pela total liberdade na arte - FIARI: o Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente.


2.1O SURREALISMO NO BRASIL
No Brasil, o surrealismo é uma das muitas influências captadas pelo modernismo.
As idéias do surrealismo foram absorvidas na década de 1920 e 1930 pelo movimento modernista no Brasil. Podemos observar características surrealistas nas pinturas Nu e Abaporu de Ismael Nery e da artista Tarsila do Amaral, respectivamente.
O Surrealismo pregava a revolta contra tudo aquilo que reprimia a liberdade. E nada é mais livre que os nossos sonhos, nosso subconsciente. Assim, imagens visuais do subconsciente são usadas sem qualquer intenção de realizar um trabalho artístico lógico e compreensível. O
subjetivo e o ilógico acima de tudo.
A influência dos estudos psicanalíticos de Freud foi bastante nítida. Imagens incongruentes deveriam aflorar da imaginação. O automatismo psíquico "ditava as regras": filtros ou           qualquer outro tipo de censura ao inconsciente não eram admitidos. Valorizava-se o sonho, odevaneio, a loucura. Só com mudanças psicológicas profundas no indivíduo é que se poderia chegar a uma verdadeira transformação social e política - como transformação social e política, entenda-se acabar com o capitalismo.
Um "método" bastante empregado pelos surrealistas foi a "escrita automática". A escrita automática consistia em escrever tudo aquilo que vem à mente, sem cortes. As associações de ideias mais obscuras e ilógicas então apareceriam.
No Brasil, o surrealismo é uma das muitas influências assimiladas pelo modernismo.
Surrealismo na arte:
O surrealismo destacou-se nas artes, principalmente por quadros, esculturas ou produções literárias que procuravam expressar o inconsciente dos artistas, tentando driblar as amarras do pensamento racional. Entre seus métodos de composição estão a escrita automática.
Curiosidade:          
Como muitos dos primeiros participantes do surrealismo foram originados do dadaísmo, uma separação enfática entre surrealismo e dadaísmo na teoria e prática pode ser difícil de ser estabelecida, apesar das declarações de Andre Breton sobre o assunto não deixarem dúvidas sobre sua própria claridade sobre suas diferenças. No círculo académico, esta linha imaginária é diferente entre diferentes historiadores.
As raízes do surrealismo nas artes visuais tomam características do dadaísmo e do cubismo, assim como da abstração de Wassily Kandinsky e do expressionismo, assim também como do pós-impressionismo.

Anos 30:
Salvador Dalí e René Magritte criaram as mais reconhecidas obras pictórias do movimento. Dalí entrou para o grupo em 1929, e participou do rápido estabelecimento do estilo visual entre 1930 e 1935.

O surrealismo como movimento visual, tinha encontrado um método: expor a verdade psicológica ao despir objectos ordinários de sua significância normal, a fim de criar uma imagem que ia além da organização formal ordinária.
Em 1932, vários pintores surrealistas produziram obras que foram marcos da evolução da estética do movimento: La Voix des Airs, de Magritte, é um exemplo deste processo, onde são vistas três grandes esferas representando sinos pendurados sobre uma paisagem. Outra paisagem surrealista deste mesmo ano é Palais Promontoire, de Tanguy, com suas formas líquidas. Formas como estas se tornaram a marca registrada de Dali, particularmente com sua obra A Persistência da Memória, na qual relógios de bolso derretem.

A Segunda Guerra Mundial:
Prova ser disruptiva para o surrealismo. Os artistas continuaram com as suas obras, incluindo Magritte. Muitos membros do movimento continuaram a corresponder-se e a encontrar-se. Em 1960, Magritte, Duchamp, Ernst e Man Ray encontraram-se em Paris. Apesar de Dali não se relacionar mais com Breton, ele não abandonou os seus motivos dos anos 30, incluindo referências à sua obra "Persistência do Tempo" numa obra posterior.
O trabalho de Magritte tornou-se mais realista na sua representação de objetos reais, enquanto mantinha o elemento de justaposição, como na sua obra Valores Pessoais (1951) e Império da Luz (1954). Magritte continuou a produzir obras que entraram para o vocabulário artístico, como Castelo nos Pireneus, que faz uma referência a Voix de 1931, na sua suspensão sobre a paisagem. Algumas personalidades do movimento Surrealista foram expulsas e vários destes artistas, como Roberto Mattam continuaram próximos ao surrealismo como ele mesmo se definiu.

Surrealismo em Portugal
António Domingues, Fernando Azevedo, António Pedro, Vespeira, Moniz Pereira – Cadavre Exquis, 1948, óleo sobre tela, 150 x 180 cm

Capa proibida pela censura – 1ª Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa, 1949
1ª Exposição dos Surrealistas, 1949

Primeiras manifestações:       
O surrealismo surge nos horizontes culturais portugueses a partir de 1936, "em experiências literárias «automáticas» realizadas por António Pedro e alguns amigos"1 . Em 1940 o mesmo António Pedro expõe com António Dacosta (e Pamela Boden): " A exposição reunia dezasseis pinturas de Pedro, dez de Dacosta e seis esculturas abstratas de Pamela Boden [...]. O surrealismo de que se falara até então vagamente, desde 1924, [...] irrompia nesta exposição, abrindo a pintura nacional para outros horizontes que ali polemicamente se definiam"2 .

Grupo Surrealista de Lisboa - Os surrealistas:
Em 1947 Cândido Costa Pinto, que desde 1942 seguia uma linha estética surrealista, contacta, em Paris, com o recém-organizado Grupo Surrealista; André Breton sugere-lhe a organização de um grupo idêntico em Portugal. É deste desafio que irá nascer o "Grupo Surrealista de Lisboa".
"Vespeira, Fernando Azevedo, António Domingues e João Moniz Pereira, [...] os poetas Mário Cesariny de Vasconcelos, [...] Alexandre O'Neill e José Augusto França [...] constituiram o núcleo inicial do movimento aglutinado em Outubro de 1947 e que logo contou com a colaboração e animação de António Pedro. [...] O primeiro ato do grupo ainda em formação foi romper com Cândido Costa Pinto"3 , por ter exposto uma pintura nas salas do SNI.
A primeira e única exposição do grupo teve lugar em 1949. Participaram António Pedro, António Dacosta, Fernando Azevedo, Moniz Pereira, Vespeira, Alexandre O'Neill, e José Augusto França, além de dois Cadavre Exquis de Vespeira e Fernando Azevedo e outro, de grandes dimensões, de António Domingues, Fernando Azevedo, António Pedro, Vespeira, Moniz Pereira. A exposição foi motivo de escândalo e alvo de ameaças policiais. A primeira proposta de capa do catálogo, que pretendia inserir-se na campanha eleitoral de Norton de Matos (de oposição ao regime de Salazar), foi proibida pela censura. A iniciativa agitou o meio artístico lisboeta que, no mesmo ano e no seguinte, teve mais duas exposições da índole semelhante, realizadas por um grupo dissidente, Os Surrealistas, composto por Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Mário-Henrique Leiria, António Maria Lisboa, H. Risques Pereira, Fernando José Francisco, Pedro Oom, João Artur da Silva, Carlos Eurico da Costa, Fernando Alves dos Santos, António Paulo Tomaz, "com menor interesse plástico embora notável proposição poética"4 .

A exposição do Grupo Surrealista de Lisboa e as restantes, de Os Surrealistas, marcaram o fim do movimento, "ficando apenas os seus componentes em ações pessoais e isoladas"5 .
Vespeira e Azevedo prosseguiram, ao longo de 1950 e 1951, uma obra pictórica de qualidade, expondo em 1952 na Casa Jalco, ao Chiado: "uma exposição de «óleo, fotografia, guache, desenho, ocultação, colagem, linóleo» constituída por três «Primeiras exposições Individuais» de Fernando de Azevedo, Fernando de Lemos e Vespeira", e que os artistas dedicaram ao precursor do movimento, António Pedro6 .

O movimento surrealista nasceu no início do século XX, em Paris, fruto das teses de Sigmund Freud, criador da Psicanálise, e do contexto político indefinido que marcou este período, especialmente a década de 20. O Surrealismo questionava as crenças culturais então vigentes na Europa, bem como a postura humana, vulnerável frente a uma realidade cada vez mais difícil de compreender e dominar.

Pintura de Vladimir Kush
Esta escola artística e literária se insinua no interior dos movimentos de vanguarda modernistas, englobando antigos adeptos do Dadaísmo – linhagem cultural nascida em Zurique, em 1916, que primava pela irracionalidade, pela censura a toda atitude moderada e era marcada por uma descrença total e um negativismo radical.
A teoria freudiana tem um grande peso na constituição do ideário surrealista, que valoriza acima de tudo o desempenho da esfera do inconsciente no processo da criação. O surrealismo procura expressar a ausência de racionalidade humana e as manifestações do subconsciente. Além dos dadaístas, ele se inspira também na arte metafísica de Giorgio de Chirico.
De acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente. O pai da psicanálise, não segue os valores sociais da burguesia como, por exemplo, o status, a família e a pátria.
Os surrealistas deslizam pelas águas mágicas da irrealidade, desprezando a realidade concreta e mergulhando na esfera da absoluta liberdade de expressão, movida pela energia que emana da psique. Eles almejam alcançar justamente o espaço no qual o Homem se libera de toda a repressão exercida pela Razão, escapando assim do controle constante do Ego.
Os adeptos do Surrealismo se valem dos mesmos instrumentos que a Psicanálise, o método da livre associação e a investigação profunda dos impulsos oníricos, embora se esforcem para adaptar este manancial de recursos aos seus próprios fins. Desta forma eles objetivavam retratar o espaço descoberto por Freud no interior da mente humana, o inconsciente, através da abstração ou de imagens simbólicas.

O marco oficial da instituição deste movimento é o lançamento do Manifesto do Surrealismo, em outubro de 1924, por André Breton, que também o subscreveu. Este documento tinha o propósito de criar uma nova expressão artística acessível através do resgate das emoções e do impulso humano.

A persistência da Memória (Salvador Dali - 1931)
Isto só seria viável a partir do momento em que cada ser conquistasse o conhecimento de si mesmo, para então atingir o momento crítico no qual o interior e o exterior se revelam completamente coerentes diante da percepção humana. Ao mesmo tempo em que o Surrealismo pregava, como os dadaístas, a demolição do corpo social, ele propunha a gestação de uma nova sociedade, sustentada sobre outros alicerces.

O Surrealismo – expressão que foi apresentada inicialmente pelo poeta cubista Guillaume Apolinaire, em 1917 – contava em suas fileiras com nomes famosos como os de Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí, nas artes plásticas; André Breton, no campo da literatura; e Buñuel, no cinema. Eles lançam, em 1929, o Segundo Manifesto Surrealista, publicando ao mesmo tempo o periódico O Surrealismo a Serviço da Revolução. Na década de 30 esta escola se expande e inspira vários outros movimentos, tanto no continente europeu quanto no americano. No Brasil ela se torna uma das várias vertentes absorvidas pelo Modernismo.


3CARACTERISTICAS DO SURREALISMO

As características deste estilo é uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas das suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.
Uma das principais idéias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra.
Este movimento possui algumas características obrigatórias para um quadro poder pertencer a tal movimento, tais características são:
Exaltação dos valores oníricos;
A realidade é falsa realidade,como o mundo objetivo é uma decepção permanente;

o   Valoriza a intervenção fantasiosa na realidade;
o   Ressalta o automatismo contra o domínio da consciência;
o   As formas da realidade são completamente abandonadas;
o   Aproximar-se de tudo que fosse antagônico à lógica e estivesse fora do controle da consciência.
o   Fusão do sonho com a realidade,numa especie de realidade absoluta denominada supra realidade;
o   Explorar o inconsciente, o sonho, a loucura; aproximar-se de tudo que fosse antagônico à lógica e estivesse fora do controle da consciência;
o   O sonho é consciencia profunda, é esperança e promessa, é automatismo sob o qual o pintor deixa correr o pincel, o escritor a pena;
o   Em lugar de visão racional, o reconhecimento do irracional;
o   Interesse apenas pelas manifestações do inconsciente, abandonando as do consciente para adquirir liberdade total,sem a censura do espirito crítico - sub-consciente;
o   Culto do sonho, do instinto, da nostalgia sistemática;busca desses campos por meio do alcool, excitantes, entorpecentes,etc;
o   Pintura com elementos surreais;
o   Formas baseadas na fantasia (sonhos, inconsciente);
o   Busca da perfeição do desenho e das cores, dentro da dimensão do imaginário;
o   Impressão espacial, possuindo ilusões ópticas;
o   Dissociação entre imagens e legendas, conjugadas para construção de cenas de sonho ou de ironia.
4 SURREALISMO NAS DIVERSAS ÁREAS

4.1 ARTES PLÁSTICAS

Foi através da pintura que as ideias do surrealismo foram melhor expressadas. Através da tela e das tintas, os artistas plásticos colocam suas emoções, seu inconsciente e representavam o mundo concreto.
O movimento artístico dividiu-se em duas correntes. A primeira, representada principalmente por Salvador Dalí, trabalha com a distorção e justaposição de imagens conhecidas. Sua obra mais conhecida neste estilo é A Persistência da Memória. Nesta obra,  aparecem relógios desenhados de tal forma que parecem estar derretendo.
Os artistas da segunda corrente libertam a mente e dão vazão ao inconsciente, sem nenhum controle da razão. Joan Miró e Max Ernst representam muito bem esta corrente. As telas saem com formas curvas, linhas fluidas e com muitas cores. O Carnaval de Arlequim e A Cantora Melancólica, são duas pinturas de Miró que representam muito bem esta vertente do surrealismo.

4.2 LITERATURA

Os escritores do surrealismo rejeitaram o romance e a poesia em estilos tradicionais e que representavam os valores sociais da burguesia. As poesias e textos deste movimento são marcados pela livre associação de idéias, frases montadas com palavras recortadas de revistas e jornais e muitas imagens e idéias do inconsciente. O poeta Paul Éluard, autor de Capital daDor e André Breton, autor de O Amor Louco, Nadja e Os Vasos Comunicantes, são representantes da literatura surrealista.




4.3 CINEMA

Os cineastas também quebraram com o tradicionalismo cinematográfico. Demonstram uma despreocupação total com o enredo e com a história do filme. Os ideais da burguesia são combatidos e os desejos não racionais afloram. Dois filmes representativos deste gênero do cinema são Um Cão Andaluz (1928) e L'Âge D'Or (1930) de Luis Buñuel em parceria com Salvador Dalí.

Filmes surrealistas:
• Entr'acte por René Clair (1924)
• La Coquille et le clergyman por Germaine Dulac, roteiro de Antonin Artaud (1928)
• L'Étoile de mer por Man Ray (1928)
• Un chien andalou por Luis Buñuel e Salvador Dalí (1929)
• L'Âge d'Or por Buñuel e Dalí (1930)
• Le sang d'un poète por Jean Cocteau (1930)


4.4 TEATRO

O dramaturgo francês AntoninArtaud é o maior representante do surrealismo no teatro, através de seu teatro da crueldade. Artaud, buscava através de suas peças teatrais, livrar o espectador das regras impostas pela civilização e assim despertar o inconsciente da platéia. Um das técnicas usadas pelo dramaturgo foi unir palco e platéia, durante a realização das peças. No livro O Teatro e seu duplo, Arnaud demonstra sua teoria.
Sua obra mais conhecida é Os Cenci de 1935, onde ele conta a vida de uma família italiana durante a fase do Renascimento.
Nas décadas de 1940 e 1950, os princípios do surrealismo influenciaram o teatro do absurdo.

GLauco,
" O surrealismo me fez ver que na vida há um caminho moral que o homem não pode se recusar a seguir”.

Pintores Surrealistas Raymond Georges Yves Tanguy (5 de janeiro de 1900 - 15 de janeiro de 1955) foi um pintor surrealista. Ele nasceu em Paris, França, filho de um capitão da marinha aposentado. Seus pais eram ambos de origem Breton.

René François Ghislain Magritte ou simplesmente Magritte, foi um dos surrealistas mais impressionantes que o planeta Terra teve o prazer de dar moradia. Novamente, tal qual fiz como Dalí, Ernst e Miró não farei um biografia, já o fizeram (salvo engando, Marcel Paquet no livro René Magritte - 1898/1967) . “Nenhum objeto é cristalizado com seu nome assim irrevogavelmente que se não pode encontrar outro que o serve para melhorar”.

Paul Delvaux foi um pintor nascido em Antheit, na Bélgica, em 1897 e falecido em Knokke no ano de 1994.

Guillaume Apollinaire (1880 - 1918) nasceu em Roma, Itália. Mas seria em Paris, França, que faria carreira como grande poeta e agitador cultural. Escreveu artigos, poemas, contos, romances eróticos e interessava-se bastante por pintura moderna. O interessante da arte surrealista é que, apesar de ter “nascido” na França, têm seus maiores expoentes espalhados pela Europa.

Joan Miró i Ferrà é um desses, nascido na Espanha, sua arte integra um seleto rol de artistas consagrados por ela. Suas obras, num primeiro olhar, são as que melhor se encaixam na idéia do total desapego aos pré-conceitos estéticos produzidos e consagrados até então.
Max Ernst Pode-se dizer que Ernst foi um dos primeiros pintores surrealistas propriamente dito.

Salvador Dalí Dalí, ele se intitulava a própria manifestação do surrealismo na Terra, dizia (tal qual o Rei Sol): “O surrealismo sou eu”. Dalí foi, salvo engano, o único surrealista que se propagandeava, ou seja, fazia um rebuliço para ser conhecido.
No Brasil, o surrealismo é uma das muitas influências captadas pelo modernismo.

MESTRES:
Os artistas ligados ao surrealismo, além de rejeitarem os valores ditados pela burguesia, vão criar obras repletas de humor, sonhos, utopias e qualquer informação contrária a lógica.
Chagal, Max Ernest, Ives Tanguy, André Masson, René Magritte, Picasso, Joan Miró e a grande estrela desse movimento: Salvador Dali.

OBRAS:
1 A Persistência da Memória (1931) – Um dos quadros mais reproduzidos de Dalí, com seus relógios maleáveis, como se fossem feitos de cera derretida.
2. Girafa em chamas (1937) – No quadro, há a presença de imagens recorrentes de Dalí: uma girafa flamejante e o corpo humano com gavetas entreabertas.
3. Sono (1937) – O sono e o sonho foram temas caros aos surrealistas e, por extensão, a Salvador Dalí, que o representou nesta obra como um rosto humano amolecido, sustentado por muletas.
4. A Crucificação de São João da Cruz (1951) – Obra representativa do período em que o artista passou a pintar motivos religiosos, após sua ida aos Estados Unidos.
5. A Última Ceia (1955) – Versão surrealista do quadro clássico de Leonardo da Vinci.

A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao cubismo, e autor da peça teatral As Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento.

Um dos principais manifestos do movimento é o Manifesto Surrealista de (1924). Além de Breton, seus representantes mais conhecidos são Antonin Artaud no teatro, Luis Buñuel no cinema e Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas.
Imagens poéticas e significado:
Grande parte da estética surrealista apoia-se na concepção de imagem poética de Pierre Reverdy, segundo a qual a imagem nasce não da comparação, mas da aproximação entre duas realidades afastadas. E quanto mais distantes forem as realidades aproximadas, mais forte será a imagem poética. Reverdy distancia mais ainda o mundo captado pelos sentidos e o mundo criado pela poesia. Além disso, a linguagem surrealista faz grande uso de descontextualizações, esvazia-se um significante de seu significado para atingir novos e inusitados significados. Herança de Arthur Rimbaud, procuram o desregramento também das relações de significação para a emersão de uma nova linguagem. Há uma busca da expressão por meio de uma linguagem não-instrumental e uma associação de liberdade à ruptura do discursiva.
5 PRINCIPAIS NOMES E OBRAS DO SURREALISMO

5.1Salvador Dali
A Persistência da Memória

A persistência das memórias é uma das principais obras do movimento surrealista. O quadro pintado por Salvador Dali em 1931,é uma das de suas mais populares obras, estando exposto no MuseumofModernArt (MoMa) em Nova York. Tal obra é rica em nuances psicológica e filosófica, sendo uma tela. complexa, dando margem à diversas interpretações. Dali utilizava diversas interpretações de sua obra, com o intuito de confundir os críticos e amantes da arte. Dentre os elementos presentes, podem-se destacar os relógios derretidos, a criatura bizarra, o litoral vazio e as formigas rastejantes.

Figura 1 - A Persistência da Memória. DALI, Salvador. Dimensões: 24 cm x 33 cm. Técnica: Óleo sobre a tela.












Salvador Dali tem uma vasta lista de obras. Dentre as principais obras de Salvador Dali, podem ser citadas:

1922 - Cabaret Scene e Night Walking Dreams
1925 - Large Harlequin and Small Bottle of Rum
1926 - Basket of Bread e Girl from Figueres
1927 - Composition with Three Figures e than Blood
1929 - O Grande Masturbador
1929 - Os Primeiros Dias da Primavera
1931 - A Persistência da Memória
1931 - A Velhice de Guilherme Tell
1932 - O Espectro do Sex Appeal,
1932 - O Nascimento dos Desejos Líquidos
1932 - Pão-antropomorfo catalão
1933 - Gala Com Duas Costeletas de Carneiro em Equilíbrio Sobre o Seu Ombro
1936 - Canibalismo de Outono
1936 - Construção Mole com Feijões Cozidos
1938 - España 1938
1937 - Metamorfose de Narciso
1937 - Girafa em Chamas
1940 - A Face da Guerra
1943 - Poesia das Américas
1944 - Galarina e Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar
1945 - A Cesta do Pão
1946 - A Tentação de Santo Antônio
1949 - Leda Atômica
1949 - Madona de Portlligat.
1951 - Cristo de São João da Cruz
1954 - Crucificação ("Corpus Hypercubus")
1956 - Natureza-Morta Viva
1958 - Rosa Meditativa
1959 - A Descoberta da América por Cristóvão Colombo
1970 - Toureiro Alucinógeno
1972 - La ToileDaligram
1976 - Gala Contemplando o Mar
1983 - The Swallow's Tail.

5.2Joan Miró
O Carnaval de Alecrim
O carnaval de Alecrim é uma das obras mais marcantes de Joan Miró. A obra encontra-se em Ibright-KnoxArtGallery na cidade de Buffalo nos EUA.



Figura 2 - O carnaval do Alecrim. MIRÓ, Joan. Dimensões: 66 cm × 90 cm. Técnica: Óleo sobre a tela.

As telas de Joan Miró eram marcadas por traços nítidos e formas sinceras na aparência, porém difíceis de serem explicada. Miró também se dedicou
Suas principais obras são:

1924 - O Carnaval do Alecrim
1926 - Cão latindo para a luz
1949 - Mulher e pássaros ao amanhecer
1958 - Murais cerâmicos do Sol e da Lua (Sede da UNESCO em Paris).

5.3Max Ernst
L'Angedu Foyer ou Le Triomphedusurréalisme

Uma das características das obras de Ernst são as cores fortes e brilhantes. Em seus quadros, ele associava imagens de elementos demoníacos e absurdos com outros eróticos e fabulosos. Juntava de forma irracional esses símbolos para expressar seu subjetivismo.

Figura 3 - L'Angedu Foyer. ERNST

A obra de Max Ernst tem como características principais a utilização de diversas técnicas, materiais e estilos, Ernst pintava em duas ou três dimensões, além de abordou muito o mundo dos sonhos e da imaginação. Suas principais obras são:

1920 - Cest. Le chapeauqui fait l'homme (Este é o chapéu que faz o homem)
1921 - Portrait d'Éluard (Retrato de Eluard)
1922 - La Chute de l'Ange (A queda do anjo)
1923 - La Femmechancelante (Mulher Instável)
1925 - L'Arméecéleste (O exército celestial)
1925 - La Forêt (Floresta)
1934 - Une semaine de bonté (Uma semana de bondade)
1937 - L'Angedufoye (O anjo da lareira)
1942 - L'Europeaprèslapluie (A Europa depois da chuva)
1944 - Le Roijoueavecla reine (O Rei brinca com a Rainha) - escultura
1958 - Après moi lesommeil (Depois do meu sono) - escultura de 1958
1966 - L'Immortel (O Importal) - escultura de vidro gigante
1974 - Mon ami Pierrot (Meu amigo Pierrot)

5.4René Magritte
A Traição das Imagens

A Traição das Imagens, que atualmente encontra-se no Museu de Arte do Condado de Los Angeles (LACMA), é um dos quadros mais famosos e conhecidos de Max Ernst. Ao selecionar um objeto do cotidiano e subverter o significado da figura do cachimbo com a frase “Isso não é um cachimbo”, o artista brinca com o cachimbo e seus muitos significados e associações. O título da obra muda o significado ou questiona a própria obra.

Figura 4 - A Traição das Imagens. MAGRITTE, René. Dimensões: 63,5 cm × 93,98 cm. Técnica: Óleo sobre a tela

As principais obras de René Magritte são:

1926 - O jóquei perdido
1927 - O assassino ameaçado
1928 - O espelho falso
1928 - Os enamorados
1929 - A traição das imagens
1935 - O retrato
1952 - A sala de Audição
1953 - Golconda
1954 - O império das luzes
1955 - Os mistérios do horizonte
1963 - O telescópio
1964 - O filho do homem
1965 - A carta em branco

6 CONCLUSÃO
Depois de realizar a pesquisa sobre o Movimento Surrealista você pode entender o que foi essa escola artística, conhecer os pensamentos que levaram a sua origem, seus principais artistas, suas obras e o contexto histórico que proporcionou o seu surgimento.
Concluimos que o Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.Além disso, o surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Portanto, este movimento artístico surgiu todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Por fim, os surrealistas deixavam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
A experiência da criação plástica sobre o tema “o sonho mais surreal que já tive” cria uma conexão direta com a forma de criação dos artistas surrealistas, que utilizavam os próprios sonhos como material e inspiração para suas obras.
A criação do vídeo está relacionada diretamente com a produção cinematográfica surrealista. Os desenhos dos sonhos servirão como inspiração para a criação de um roteiro e posteriormente vocês irão experimentar todas as etapas da uma produção cinematográfica, cuidando das falas, cenário, figurino e edição.

7 BIBLIOGRAFIA
<http://www.estudopratico.com.br/escritores-e-artistas-do-surrealismo/>.
<http://www.suapesquisa.com/biografias/salvador_dali.htm>
<https://colunastortas.wordpress.com/2014/04/18/joan-miro-vida-e-obra/>. 
<http://www.pinturasemtela.com.br/miro-pintor-e-escultor-surrealista-espanhol-e-suas-obras-principais/>
<https://revistateeneducacional.wordpress.com/2011/04/12/analise-de-imagem-a-traicao-das-imagens/>
<http://www.suapesquisa.com/biografias/max_ernst.htm>
(Retirado do jornal O Globo, 19/08/2001)

Figuras
Figura 1.:<http://livreopiniao.com/2014/01/23/a-persistencia-da-memoria-25-anos-sem-salvador-dali/>
Figura 2. O Globo.:< http://noblat.oglobo.globo.com/noticias/noticia/2008/02/pintura-carnaval-do-arlequim-de-joan-miro-88784.html>
Figura3.Obvious :<http://lounge.obviousmag.org/por_tras_do_espelho/2013/04/a-arte-do-delirio-de-max-ernst.html>


Edinei Sena

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