Código Aberto - Fernando Gabeira
Fernando Gabeira
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Período
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1° de Fevereiro de 1995
até 1° de fevereiro de 2011 (4 mandatos consecutivos) |
Vida
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Nascimento
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17 de fevereiro de 1941 (74 anos)
Juiz de Fora, Minas Gerais |
Dados pessoais
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Partido
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Fernando Paulo Nagle Gabeira, conhecido também como Fernando
Gabeira ou mesmo Gabeira, (Juiz de Fora, 17 de fevereiro de 1941) é um jornalista, escritor e político brasileiro.
É conhecido pela sua atuação no Partido Verde brasileiro (do qual é membro-fundador), defendendo posições polêmicas em questões
consideradas como tabus na cultura política brasileira (como a profissionalização
da prostituição, o casamento homossexual e a descriminalização da maconha).
É conhecido também por ter participado da luta armada contra a ditadura como militante do Movimento Revolucionário Oito de Outubro, que tentava instaurar o socialismo no Brasil. Ele não era um guerrilheiro propriamente dito, mas trabalhava
como repórter do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro.
Em 1970, Gabeira foi preso na cidade de São Paulo. Resistiu à prisão e tentou fugir em direção a um matagal que existia por
perto. Vários tiros foram disparados e um deles atingiu suas costas, perfurando rim, estômago e fígado. Encarcerado,
recebeu a liberdade em Junho do mesmo ano, tendo sido trocado com outros 39
presos pelo embaixadoralemão Ehrenfried von Holleben, que também havia sido sequestrado. O grupo foi banido do país e exilado
para a Argélia. Ao longo de
quase uma década, esteve em vários países dentre os quais o Chile, a Suécia e a Itália. Na Suécia, onde
passou a maior parte da vida, formou-se em Antropologia na Universidade de Estocolmo e exerceu a profissão de repórter até a função de condutor de metrô em Estocolmo. Voltou ao Brasil em 1979 onde passou, então, a atuar como jornalista e
escritor, defendendo o fim do regime militar.
Ao retornar do exílio escreveu um livro chamado "O que é isso,
companheiro?" detalhando o sequestro do embaixador
norte-americano Charles Elbrick do qual participara às vésperas do 7 de setembro de 1969. O episódio foi justificado pelos sequestradores como uma tentativa
de pressionar o regime militar a libertar quinze presos políticos ligados às
organizações da esquerda política consideradas clandestinas naquele momento histórico. A ação teve sucesso em
seus objetivos, uma vez que tais presos foram de fato libertados e exilados do
país, porém pelo menos dois dos sequestradores não resistiram à tortura após
serem capturados, enquanto outros foram obrigados a deixar o país.
Um filme de mesmo nome foi feito sobre o sequestro do
embaixador norte-americano. Gabeira é representado como um jovem heróico que
ajuda na ação armada, porém em realidade ele não tomou parte nos eventos mais
arriscados, como a captura do embaixador. Tendo sido informado sobre a operação
apenas no dia do sequestro, sua atuação foi meramente circunstancial, pois sua
participação se restringiu a atuar como uma espécie de relações públicas dos sequestradores, divulgando seu manifesto nos jornais e outros veículos
de comunicação.
Vida familiar
Durante sua vida fora do país, casou-se com a sua
companheira de militância política Vera Sílvia Magalhães. Já de volta ao Brasil, foi casado por dezesseis anos com a estilista Yamê
Reis — com quem teve duas filhas: a psicóloga Tami e a surfista Maya Gabeira. O casal se divorciou
em 1999. Atualmente é casado com a atriz e empresária Neila Tavares.
Carreira política
Gabeira no debate entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro em 2008
com Eduardo Paes, Chico Alencar, Jandira Feghali e Alessandro Molon
Em 1986, após voltar ao Brasil, Gabeira foi candidato ao
governo do Rio de Janeiro pelo PT, tendo sido derrotado por Moreira Franco; em 1989 concorreu à Presidência da República já pelo Partido Verde, obtendo 0,18% dos votos.
Em 1994, Gabeira é eleito deputado federal pelo PV do Rio de Janeiro, sendo reeleito em 1998. Em
2002, trocou o PV pelo PT, sendo novamente eleito. Após considerar inaceitável
a conduta do partido no início do governo Lula, em outubro de 2003 decidiu abandonar
mais uma vez o PT, ficando algum tempo sem legenda. Um ano e meio depois
estouraria o Escândalo do Mensalão.
Em 2005, na Câmara, Gabeira chamou o então presidente Severino Cavalcanti de "vergonha para o país" e ameaçou começar um movimento
para derrubar Severino se este continuasse a apoiar em nome do Congresso
empresas que utilizam trabalho escravo.Também participou da CPI das Sanguessugas, em 2006, como um dos sub-relatores.
Filiando-se novamente ao PV, Gabeira concorreu à
reeleição em 2006 e foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro com 293.057 votos.
Em 2008 Gabeira lançou uma campanha à prefeitura do Rio de Janeiro em uma aliança com o PSDB e o PPS. Ficou em segundo lugar no primeiro turno daquela eleições com 839.994 dos votos (25.61% dos válidos). No
segundo turno, obteve 1.640.970 de votos (49,17% dos válidos) e perdeu por uma
diferença de apenas 1,66% para Eduardo Paes.
Em 2009 Gabeira admitiu o uso indevido da sua cota
parlamentar de passagens aéreas, possibilitando
que terceiros, cujos nomes não foram divulgados, viajassem utilizando o
dinheiro público. O próprio deputado federal admitiu à época que este escândalo
pode significar a sua morte política, tendo inclusive cogitado abandonar a
carreira pública, mudando de opinião logo em seguida.
Gabeira se candidatou a governador do Rio de Janeiro nas
eleições de 2010, tendo ficado em segundo lugar com 20,68% dos votos válidos,
derrotado pelo governador Sérgio Cabral Filho.
Em 2010, em um projeto com a presidenciável Marina Silva, lançou o jogo online
"Um Mundo" que
aproveita a onda dos jogos de criação no estilo "Farm" e convida o
visitante, mesmo não simpatizante, a contribuir com a criação de um mundo
melhor.
No segundo turno das eleições presidenciais de 2010,
Gabeira declarou apoio à candidatura de José Serra.
Carreira literária
Escreveu, em 1979, o livro O que é isso, companheiro?, sobre sua participação na luta armada contra o regime militar no
Brasil (1964–1985) e seu posterior exílio na Europa. O livro venceu o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria biografia e (ou) memórias em 1980 e foi transformado em filme pelo cineasta Bruno Barreto em 1997.
Em 1980, lançou O
crepúsculo do macho, uma continuação de O
que é isso, companheiro?.
Em 1981, lançou Entradas
e bandeiras, livro no qual narra sua volta ao Brasil e seu abandono da
ideologia marxista, passando a lutar por questões como ecologia, prazer e
liberdade sexual. No mesmo ano, lançou Hóspede
da utopia, no qual aprofunda seu novo posicionamento ideológico.
Em 1982, lançou Sinais
de vida no Planeta Minas, no qual conta as lutas feministas contra a
sociedade conservadora do estado brasileiro de Minas Gerais, através das biografias
de cinco mulheres mineiras. Entre elas, Dona Beja e Ângela Diniz.
Em Goiânia,
rua 57 — o nuclear na terra do sol, lançado em 1987, Gabeira narrou o acidente radiológico ocorrido em Goiânia em setembro daquele ano.
Em 2000, lançou o livro A
maconha, no qual discute a descriminalização de seu uso, suas funções
terapêuticas, o papel social que desempenha etc.
Em 2006, lançou o livro Navegação
na neblina, sob uma licença Creative Commons, tratando do Escândalo dos Sanguessugas, em 2005.
Em 2012, no livro Onde
Está Tudo Aquilo Agora, Fernando Gabeira (ex-ativista) mostra que
revolucionários de esquerda lutaram para implantar uma ditadura socialista no
Brasil e não defendiam a democracia.
Edinei Sena
Precedido por
Cyro dos Anjos |
Sucedido por
Alfredo Sirkis |
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