sábado, 3 de novembro de 2012

As estratégias do homem x A vontade de Deus

É bastante conhecida a passagem em que 12 espias, príncipes de cada tribo de Israel, foram enviados à terra prometida para sondarem suas riquezas e perigos. O relatório que eles trouxeram confirmava tudo a respeito do que Deus havia dito por meio de Moisés. Porém, haviam gigantes e cidades fortificadas que eles deveriam combater e expulsar para que pudessem tomar posse definitiva da terra.
Uma grande confusão de instaurou no meio do povo, porque a maior parte de seus príncipes decretara como certa a derrota diante daqueles inimigos. Apenas dois, Calebe e Josué, confiaram na palavra de Deus por intermédio de Moisés. Pois o Senhor se enfureceu com tudo aquilo e determinou um duro castigo: cada dia daquela expedição representaria um ano a mais no deserto. E por 40 anos toda a geração que saiu do Egito morreu na sequidão. Somente seus filhos puderam entrar na terra prometida.
Um detalhe muito importante nessa história é esquecido: a estratégia de enviar espias não foi propriamente de Deus, mas do povo, com a aprovação de Moisés:

“Vejam, o Senhor, o seu Deus, põe diante de vocês esta terra. Entrem na terra e tomem posse dela, conforme o Senhor, o Deus dos seus antepassados, lhes disse. Não tenham medo nem se desanimem. Vocês todos vieram dizer-me: Mandemos alguns homens à nossa frente em missão de reconhecimento da região, para que nos indiquem por qual caminho subiremos e a quais cidades iremos. A sugestão pareceu-me boa; por isso escolhi doze de vocês, um homem de cada tribo” (Deuteronômio 1.21-23 NVI).
Há uma aparente divergência entre esse texto e Números 13. Não quero me ater ao debate, nem propor aqui um aprofundado estudo a respeito. Tomemos como síntese o comentário de Barnes:

“O plano de enviar os espiões se originou com o povo, e como pareceu razoável, foi aprovado por Moisés, foi submetido a Deus, sancionado por Ele, e realizado sob orientação divina especial. O objetivo do orador neste capítulo [de Deuteronômio] é trazer ao povo enfaticamente suas responsabilidades e comportamento. Por isso, é importante lembrá-los que o envio dos espiões, que os levou imediatamente às suas queixas e rebeldia, era de sua própria sugestão.”

Deus ordenou “Entrem na terra e tomem posse dela”. O que os homens fizeram? “Estratégias”. E Deus permitiu, por um tempo, que fizessem conforme desejaram. Perceba no texto o desvio: os caminhos a percorrer e as cidades a invadir seriam determinadas pelo reconhecimento dos representantes do povo, e não mais do direcionamento de Deus.
Assim é com grande parte da igreja hoje: envolvida até o pescoço em estratégias, programas, agendas, atividades… O povo não pode parar, os líderes precisam dar conta, os pastores devem promover campanhas e resoluções “em nome do Senhor” para que a igreja avance, cresça, multiplique, conquiste! Os ministérios bons são aqueles que sempre apresentam novidades: CDs, DVDs, sites, livros, camisetas, produtos que evidenciem “como aquela igreja é boa”, mesmo que paguem o preço de servirem sem a aprovação de Deus (Ele permite que seja assim – por um tempo, diga-se) e corram o risco de morrerem no deserto (figura de um tempo de sequidão, de dores, de andar em círculos, de se estar perdido).
É cada vez maior o número de crentes extenuados com a igreja, de famílias de crentes desgovernadas e quebradas, de líderes cansados e esgotados, de pastores frustrados porque poucos o acompanham em seus planos. E ainda ocorrem abusos, como usar da autoridade pastoral ou do cargo de liderança para impor sobre as ovelhas e os liderados uma série de normas e procedimentos, que atendem à instituição e às determinações “de cima” mas que estão distantes da boa, agradável e perfeita vontade de Deus para a igreja e para os crentes individualmente.
Diz a Bíblia sobre Calebe: “o meu servo Calebe tem outro espírito e me segue com integridade” (Números 14.24 NVI). “Ele verá [a terra], e eu darei a ele e a seus descendentes a terra em que pisou, pois seguiu o Senhor de todo o coração” (Deuteronômio 1.36 NVI).
Estas palavras concordam plenamente com o que Jesus disse: “Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará” (João 12.26 NVI).
A “cultura evangélica” parece inverter as coisas: querem que o Mestre os siga e abençoe suas estratégias para conquistarem as cidades, as nações e o mundo; querem a honra do Pai pelos seus serviços, porém são esforços inúteis, com motivações erradas e ideais estranhos ao querer de Deus, ou pelo menos diferentes do que Ele, de fato, designou.

“Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2.13 NVI).

O Senhor promove em nós uma disposição nova para servirmos no Reino em Sua força e em Sua estratégia. Quem quer é Ele. Quem realiza é Ele. Desta forma não há peso, não há frustração. Desta forma o Reino avança com integridade e eficácia. A igreja, portanto, experimenta a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Repense as estratégias que você tem empreendido em sua vida e ministério. Tem produzido vida, alegria e justiça ou estão gerando morte, peso e condenação? Considere a possibilidade de estar fora da posição que o Mestre quer. Considere que tanto esforço e trabalho podem ser em vão, por não significarem exatamente o que Ele deseja. Pense seriamente nisso.
Que Deus nos leve a viver conforme Filipenses 2.13.

Homens Fracos E Mulheres Fortes

A questão do papel da mulher na família é mais profunda e abrangente do que se imagina. Minimizá-la, simplesmente declarando que a mulher deve parar de trabalhar fora e voltar para casa, torna-a mais grave ainda. Homem e mulher foram criados para agir juntos e num só propósito desde que seja o que foi determinado pelo Criador.
Características diferentes, mas complementares
Voltando ao princípio, no livro de Gênesis, vemos a mulher sendo criada do interior do homem.
 Deus fez cair profundo sono sobre o homem, tirou-lhe uma das costelas para formar a mulher e, depois, levou-a para ele (Gn 2.18-25). Por isso, ela possui características internas mais acentuadas que a tornam mais afetiva, carinhosa e amorosa do que o homem. Deus mandou o homem amar a mulher, não a mulher, o homem, porque ela já sabe amar e repartir amor.
Observe um homem e uma mulher segurando um bebezinho. Enquanto ela o aconchega no seio, para dentro de si, o homem tende a erguê-lo nas mãos e exibi-lo no ar, para fora. São essas características mais voltadas para dentro que fazem com que a mulher sinta necessidade de ser amada, protegida e guardada pelo homem.
Portanto, submissão na Bíblia não significa repressão, mas proteção.
Outra característica da mulher é possuir uma visão múltipla das coisas, capacitando-a a enxergar detalhes que passam despercebidos ao homem. O homem, em contrapartida, tem dificuldade para localizar bem as coisas.
A mulher pode dar detalhes (lado direito ou esquerdo, em baixo, em cima), mas ele não enxerga o objeto se não estiver exatamente no ponto mencionado. É a mulher que gosta de olhar todas as vitrines do shopping para decidir que roupa vai comprar e experimentar vários pares de sapatos antes de decidir-se por um. Já o homem procura uma loja e vai direto ao ponto.
Isso acontece porque ele possui uma visão única e focaliza a atenção num só ponto.
Sem uma visão precisa, jamais poderia ser um bom guerreiro. Deus o fez assim, e esse é um de seus pontos de distinção, não de imperfeição como pensam algumas mulheres.
Vemos assim que, no princípio, Deus criou o homem e a mulher para serem uma só carne, mesmo sendo ela mais afetiva, e ele, mais guerreiro.
 O homem foi encarregado de matar o inimigo e retornar ao lar para descansar da guerra, receber carinho e reconhecimento da mulher. A mulher, por outro lado, não possui a característica de sair e enfrentar os perigos; por isso, é importante que não saia sem proteção.
Com isso, não estou, de forma alguma, defendendo a ideia retrógrada de que a mulher deve ficar em casa e não trabalhar fora.
Deixo apenas um alerta de que, desde que se iniciou a guerra dos sexos, com a queda do homem (divisão evidenciada nas vestes que lhes foram dadas no jardim), a mulher abandonou seu papel de honrar o homem e submeter-se a ele e, por isso, ficou confusa quanto ao seu chamado. Tornou-se vulnerável e desprotegida. Sua identidade depende de estar inserida em seu lugar, trabalhando fora ou não.
 Do contrário, torna-se mais exposta aos ferimentos da alma, à repressão, ao vazio e à insegurança.
É verdade que, durante séculos, no passado, as mulheres foram prejudicadas com atitudes incorretas dos homens.
Na cultura judaica, elas eram proibidas até de entrar nas sinagogas; em outros países, só andavam alguns metros atrás dos homens; não tinham direito nem de votar além de tantas outras coisas. Surgiu, então, o movimento feminista como uma tentativa de mostrar que não são, em nada, inferiores aos homens.
O erro das mulheres e o erro dos homens
Satanás agiu com astúcia, usando as feridas das mulheres (pois não desperdiça brechas) para dar-lhes uma 'solução'. Induziu-as a buscarem autorrealização e autoafirmação por meio de recursos próprios, principalmente no que se refere a sucesso profissional e sensualidade (a experiência com vários parceiros é uma ilusória e errônea procura por proteção e carinho, pois, quanto mais agem assim, mais vazias e solitárias se sentem).
Eis o segredo para entender essa situação caótica. A partir do momento em que procurou realização e felicidade, utilizando recursos próprios e distantes dos propósitos de Deus, a mulher acabou cometendo dois grandes erros.
Em primeiro lugar, ao abandonar seu papel de honrar, respeitar e suprir o marido, a mulher pecou contra todos os homens.
Eles necessitam de respeito e honra, pois são valores importantes que os motivam a continuar a luta em favor da família.
Homens desmotivados abandonam o posto, permitindo que outros façam seu trabalho.
Ao mesmo tempo, o erro da mulher é contra Deus, pois, ao procurar outra fonte de realização que não seja ele, comete o pecado de idolatria.
Elas escolhem o que lhes parece melhor e o executam. Antes, ocuparam o lugar do homem; agora, ocupam o de Deus.
Jeremias 2.13 exemplifica perfeitamente esses dois tipos de pecado.
Deus diz ao profeta que o povo de Israel fez duas maldades: 'a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas'.
Não é exatamente isso o que as mulheres fizeram quando se sentiram injustiçadas, maltratadas e abandonadas pelos homens e resolveram dar a volta por cima? Esse pecado tem um nome bíblico, idolatria, e encontra-se no mesmo nível do pecado de feitiçaria (1 Sm 15.23; Gl 5.20).
Não estou acusando as mulheres por todo esse caos da degradação das famílias e suas conseqüências negativas que tanto afligem a sociedade. Achar os culpados não traz solução ao problema, mas, sim, encontrar as brechas e fechá-las mesmo que não tenha sido eu que as abri.
Como o homem reagiu diante dessa atitude? O guerreiro criado para governar e dominar a terra inconscientemente usou a ira, dada por Deus para matar o inimigo, contra a própria mulher. Seu pecado não é diferente do pecado da mulher. Ao procurar ser vencedor e realizar-se com recursos próprios, cometeu o mesmo pecado de idolatria.
Resultados desastrosos
As consequências de todo esse processo têm sido várias e seríssimas. A busca de poder e realização fora dos propósitos de Deus, tanto do homem quanto da mulher, produziu resultados desastrosos para a família e para todo o plano de Deus.
Um dos resultados foi a repressão das mulheres por parte dos homens a ponto de serem anuladas e desprezadas na sociedade.
Outro foi a rebelião das mulheres contra a autoridade masculina. Sua busca por realização, sem a proteção dos homens, gerou mulheres fortes, independentes e dominadoras, mas feridas e solitárias.
O aumento da presença dessas mulheres em todos os setores profissionais tornou-se uma ameaça aos homens; elas fazem o trabalho deles 'melhor' e mais barato enquanto eles se tornam mais passivos e acomodados.
 A imagem forte das mulheres faz com que os filhos prefiram seguir suas pegadas, gerando desprezo pelo pai e até por sua sexualidade. Os filhos homens escolhem a companhia da mãe, pois recebem dela o suprimento que o pai não consegue lhes dar; admiram e preferem o desempenho e imagem dela.
Isso acarreta em maior distanciamento do pai, a principal pessoa, escolhida por Deus, para transmitir-lhes sua identidade.
Uma desordem produz outras. Se não for colocado um ponto final em tudo, será impossível saber como era no início.
Hoje, muitas mulheres querem ser homens, e muitos homens querem ser mulheres. E Satanás se regozija, pensando que impedirá a realização do propósito de Deus na Terra.
Tendo seu entendimento obscurecido pelos ídolos, homem e mulher não compreendem que ambos estão deslocados das funções que lhes foram designadas. Há uma só saída: voltar ao início, às origens.
Quanto mais procurarmos soluções humanas, mais nos afastaremos dos caminhos de Deus; quanto mais nos afastarmos desses caminhos, mais infelizes e incompletos seremos.
O que fazer?
Urge a necessidade de um genuíno arrependimento de todos nós.
Necessitamos do derramar do Espírito em nosso coração produzindo quebrantamento e mudança de rumo.
No entanto, para que isso aconteça, todos os que anseiam por tal acontecimento precisam permitir a ação do Espírito na própria vida. Então, veremos o Senhor mover-se em toda a Terra – um grão de trigo que morre para que muitos outros surjam.
Ouso declarar que Deus frustrará, nesta geração, todos os intentos de Satanás.
No mover de Deus nos últimos dias, a identidade das mulheres será restaurada. Elas ocuparão, com contentamento, seu lugar de auxiliadora idônea, enquanto os homens conquistarão, com eficácia, toda a área ocupada pelo inimigo.
 Sonho com ajuntamentos solenes em que as mulheres, prostradas e arrependidas, pedirão perdão a Deus e aos homens por terem tentado tomar seu lugar; perdão por terem buscado realização e felicidade com recursos próprios e independentes de Deus.
Sonho com ajuntamentos solenes em que os homens pedirão perdão a Deus e às mulheres por terem sido frios e indiferentes, por não terem sido homens segundo o propósito divino.
A restauração da Igreja depende da conversão da esposa ao marido e do maridos à esposa; da conversão dos pais aos filhos e dos filhos aos pais.
A restauração da Igreja depende da restauração da família.
 
Edinei Sena

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